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Licenciatura Específica Formação de Professores Indígenas

Publicado: Sexta, 18 de Outubro de 2019, 10h53 | Última atualização em Quarta, 23 de Outubro de 2019, 15h42

Breve história

O curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas Mura foi aprovado pelas instâncias superiores da Ufam (Câmara de Ensino de Graduação - CEG, e  Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - Consepe), e criado pela Resolução 010/2007, de 18 de abril de 2007, vinculado à Faculdade de Educação (Faced). Dessa forma, foi a primeira licenciatura intercultural indígena específica a ser ofertada pela Universidade Federal do Amazonas, tendo a  primeira turma o nome de Licenciatura Intercultural Indígenas Mura", em 2007. A implantação do curso se deu em 2008, no município de Autazes – AM.

Ampliação da Oferta de Turmas

Em 2011, a ampliação do curso se deu com a criação de duas novas turmas com oferta de 60 vagas para cada turma; uma no município de Borba (turma Munduruku) e a outra no município de Maués (turma Sateré-Mawé). Esta ampliação e, principalmente, a diversidade de povos indígenas trouxe a necessidade de modificar o nome e este passou a se chamar “Formação de Professores Indígenas” (Resolução 041/2009).

A partir de 2015, o curso ampliou a oferta de novas turmas, o que aumentou a diversidade de povos. Nesse ano, iniciam-se os processos de criação de 4 novas turmas: Alto Rio Negro (São Gabriel da Cachoeira); Lábrea (município de Lábrea) Alto Solimões ( Benjamin Constant; e Manicoré (município de Manicoré). 

Primeira Colação e Reconhecimento do Curso

Em 2013 ocorre a formação da primeira turma, com colação de grau de 48 indígenas do povo Mura. Entre 2014 e 2018, mais 5 remanescentes da turma Mura concluíram o curso, totalizando 53. Em agosto de 2014, o curso recebeu a visita in loco de uma Comissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação – INEP/MEC. Nesse processo, o curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas foi bem avaliado e recebeu nota 4. Em 30 de outubro de 2014, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior reconhece o curso (Portaria 617/2014).

Ainda em 2014, foi ofertada uma nova turma, com 60 vagas, como resposta às reivindicações de povos indígenas da região do Médio Solimões, contemplando sete municípios (Tefé, Alvarães, Coari, Uarini). O Processo Seletivo Simplificado foi realizado no município de Tefé e a turma funciona nas dependências do Centro de Formação de Professores Indígenas, na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas. Essa turma encontra-se em fase de finalização dos módulos de disciplinas e a previsão é concluir o curso até dezembro de 2019.

Em 2018, houve a formatura das turmas Sateré-Mawé (33 alunos) e Munduruku (45 alunos).

Projeto Pedagógico 

A construção do Projeto Pedagógico do curso foi feito durante a implementação da primeira turma e, segundo Santos (2018), o “Projeto Pedagógico do curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas foi aprovado por meio da Resolução nº 08/2013, CEG/Consepe, de 26 de fevereiro de 2013 e foi regulamentado pela Resolução nº 09/2013-CEG/Consepe, de 26 de fevereiro de 2013”. Este projeto foi revisado para dar conta de novas turmas a serem criadas e, segundo Santos (2018) a “ampliação motivou um “processo de protagonismo compartilhado, tendo como principais sujeitos os próprios professores e lideranças indígenas, representadas por suas organizações e os professores da Ufam [...]” 

Assim, o curso de Formação de Professores Indígenas apresenta Projeto Político Pedagógico específico e diferenciado, baseado em princípios basilares da Educação Escolar Indígena como a Especificada, a Diferenciação, a Interculturalidade, o Bilinguismo e o Comunitarismo. Estes princípios se desdobram em disciplinas, conteúdos e metodologias específicas que são regulamentadas no Brasil, principalmente, pela Resolução 01/2015.

Duração do curso

De acordo com o Projeto Pedagógico, a duração do curso é de 5 anos, o que é interpretado como o tempo regular. O sistema da Ufam registra um tempo mínimo de 8 períodos e máximos de 14 períodos para a conclusão do curso.

 Objetivos do curso

Geral

Formar, em nível superior, numa perspectiva intercultural e interdisciplinar, professores indígenas para atuar na 2ª etapa do ensino fundamental e no ensino médio, nas escolas indígenas, com habilitação plena nas áreas de Ciências Humanas e Sociais; Ciências Exatas e Biológicas; Letras e Artes.

Específicos

1)Contribuir para o avanço do projeto político-pedagógico das escolas indígenas;

2) Oferecer condições para que as escolas indígenas, através do trabalho educativo integrado dos professores e comunidades, possam promover o acesso aos saberes científicos historicamente construídos pela humanidade, bem como a valorização do patrimônio territorial, cultural e ambiental indígena, propiciando um diálogo intercultural, a partir de suas lógicas e valores;

3) Possibilitar aos professores indígenas um processo de formação que contribua para a construção de condições de promover em sala de aula o processo educativo que, fundamentado na cultura e forma de pensamento própria de cada povo, possa estar orientado para a melhoria das condições de vida, através da apropriação crítica de bens culturais e recursos tecnológicos advindos de outras sociedades;

4) Promover ações que permitam a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão.

Etnias atendidas

O curso tenta atender os diversos Territórios Etnoeducacionais do Amazonas e, consequentemente, às diversas etnias do estado. O processo de início de um curso considera as demandas apresentadas pelas comunidades indígenas do estado ou dos municípios e visa atender, prioritariamente (mas não exclusivamente), os egressos do Programa de Formação de Professores Indígenas do Amazonas – Pirayawara (ofertado pela SEDUC – AM) . Até o presente momento, o curso atendeu as seguintes etnias:

 

Turma

Etnia

Mura

Mura

Munduruku

Munduruku

Maués

Sateré-Maué

Maués

Médio Solimões

Miranha

 

Tikuna

Kambeba

Apurinã

Mura

 

Rio Negro

Desano

Tukano

Werekena

Baré

Tuyuka

Baniwa

Kubeo

Arapaso

Barasano

Lábrea

Banawá

Jarawara

Paumari

Apurinã

Manicoré

Mura

Torá

Parintintins

Alto Solimões

Tikuna

Kokáma

 

Número de alunos formados

Turma

Formados

Mura

53

Sateré-Maué

33

Munduruku

45

Total

131

Seleção para o curso

De acordo com a Portaria 617/2014, que reconheceu o curso, a oferta é de 60 vagas anuais. No entanto, como o curso funciona com financiamento externo do MEC, são abertas 60 novas vagas a depender da disponibilidade orçamentária. Observa-se ainda que, embora sempre haja a oferta de 60 vagas, em nenhum caso houve o preenchimento de todas as vagas ofertadas.

Sobre a prova

Na proposta vigente, o curso não considera a língua no momento do ingresso e não apresenta a possibilidade de os alunos realizarem provas em sua língua. Durante o desenvolvimento do curso, a proposta considera os contextos sociolinguísticos dos diferentes povos e tem como um de seus objetivos apoiar a vitalização ou a revitalização das línguas e dos conhecimentos a elas relacionados. No currículo comum a todas as áreas, há 2 disciplinas voltadas às línguas indígenas: Línguas Indígenas na Amazônia e Introdução à Língua Indígena.

Coordenações e Chefias

Jonise Nunes Santos - Coordenadora

Michelle Carneiro Serrão - Vice-Coordenadora: 

Helenice Aparecida Ricardo - Chefe de departamento 

Ana Carolina Ferreira Alves - Subchefe de departamento 

Informações por meio do e-mail  Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

 

 

 

 

 

 

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