"Trabalhar na Universidade mudou minha percepção quanto à voltar a estudar"
Reportagem do Jornal Estadão de 11 de novembro de 2024, revelou que somente 25% dos estudantes que concluem o ensino médio no Brasil vão direto para Faculdade, de acordo com a reportagem isso se dá a diversos fatores, entretanto, é fato reconhecido e aceito de que é preciso incentivar os jovens a ingressarem na universidade, porém ainda não se encontrou incentivo realmente efetivo, mas a história da Nelma revela que ouvir a respeito da universidade, dos cursos ofertados e, principalmente, dos processos seletivos, é informação necessária para alimentar o cérebro a pensar em novas possibilidades.
Foi assim que a Jocinelma Travassos do Santos, 49, começou a pensar em dar continuidade aos seus estudos, ao ser admitida pela Empresa Conservadora S. Souza para trabalhar na Unidade Acadêmica de Parintins, no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), ela conta que estar dentro da universidade propiciou diálogo mais próximo com vários professores. "Em 2023 eu comecei a prestar serviço por empresa terceirizada no ICSEZ, foi quando o professor Carlos Monteiro perguntou se nós não sonhávamos em fazer uma faculdade, a princípio eu disse que seria muito difícil porque eu tinha perdido o hábito de estudar, principalmente de ler, e eu sei, cursar uma faculdade exige dedicação, mas a partir desse contato eu comecei a pensar em voltar a estudar".
Foi necessário apenas acender a "luz do sonho" e com um simples, mas atencioso e explicativo diálogo o docente conseguiu despertar, não somente a Nelma, mas outros funcionários terceirizados. Nelma conta que o professor explicou tudo a respeito das formas de ingresso, com ênfase no Processo Seletivo Interior (PSI), das datas, do direito à isenção, dentre outras informações. "Num primeiro momento, eu fiquei empolgada, até incentivei meus colegas de trabalho, mas depois ao não conseguir a isenção, veio a dúvida, afinal eu precisava pagar minha inscrição, este foi um momento decisivo, então eu finalmente decidi pagar e me dedicar a estudar para a prova do PSI, percebi que eu não podia desperdiçar o incentivo dispensado pelo professor Monteiro", relata.
Inscrita na cota PP2, a Nelma foi classificada sendo chamada na 1ª Lista de Espera do PSI para o curso de Administração e hoje sua expectativa é trabalhar no serviço público, inclusive a Nelma já sonha em fazer Mestrado e passar em concurso para a Ufam. "Eu sei que não vai ser fácil, este novo caminho exige muita determinação para não desanimar diante das dificuldades, porém, quando eu escuto os gestores do ICSEZ falar que nós também podemos um dia estar ocupando lugares de gestão, isso me anima muito e me faz sonhar mais alto", explica.
A história da Nelma é a história de tantos brasileiros que encontraram um herói. "Sem o incentivo do professor Carlos Monteiro, eu não estaria aqui, então eu sou imensamente grata por ele ter mostrado que por meio do PSI minha possibilidade de aprovação seria muito maior do que pelo Enem, hoje eu estou cursando o 1º período de Administração e apesar da dificuldade de memória causada pela Covid 19, eu tirei nota nove na atividade de Fundamentos de Contabilidade, eu me senti muito feliz e entusiasmada a me esforçar mais para concluir o curso com o máximo de aproveitamento", conclui.
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Reportagem Estadão
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