Licenciatura Específica Formação de Professores Indígenas
Breve história
O curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas Mura foi aprovado pelas instâncias superiores da Ufam (Câmara de Ensino de Graduação - CEG, e Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - Consepe), e criado pela Resolução 010/2007, de 18 de abril de 2007, vinculado à Faculdade de Educação (Faced). Dessa forma, foi a primeira licenciatura intercultural indígena específica a ser ofertada pela Universidade Federal do Amazonas, tendo a primeira turma o nome de Licenciatura Intercultural Indígenas Mura", em 2007. A implantação do curso se deu em 2008, no município de Autazes – AM.
Ampliação da Oferta de Turmas
Em 2011, a ampliação do curso se deu com a criação de duas novas turmas com oferta de 60 vagas para cada turma; uma no município de Borba (turma Munduruku) e a outra no município de Maués (turma Sateré-Mawé). Esta ampliação e, principalmente, a diversidade de povos indígenas trouxe a necessidade de modificar o nome e este passou a se chamar “Formação de Professores Indígenas” (Resolução 041/2009).
A partir de 2015, o curso ampliou a oferta de novas turmas, o que aumentou a diversidade de povos. Nesse ano, iniciam-se os processos de criação de 4 novas turmas: Alto Rio Negro (São Gabriel da Cachoeira); Lábrea (município de Lábrea) Alto Solimões ( Benjamin Constant; e Manicoré (município de Manicoré).
Primeira Colação e Reconhecimento do Curso
Em 2013 ocorre a formação da primeira turma, com colação de grau de 48 indígenas do povo Mura. Entre 2014 e 2018, mais 5 remanescentes da turma Mura concluíram o curso, totalizando 53. Em agosto de 2014, o curso recebeu a visita in loco de uma Comissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação – INEP/MEC. Nesse processo, o curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas foi bem avaliado e recebeu nota 4. Em 30 de outubro de 2014, a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior reconhece o curso (Portaria 617/2014).
Ainda em 2014, foi ofertada uma nova turma, com 60 vagas, como resposta às reivindicações de povos indígenas da região do Médio Solimões, contemplando sete municípios (Tefé, Alvarães, Coari, Uarini). O Processo Seletivo Simplificado foi realizado no município de Tefé e a turma funciona nas dependências do Centro de Formação de Professores Indígenas, na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas. Essa turma encontra-se em fase de finalização dos módulos de disciplinas e a previsão é concluir o curso até dezembro de 2019.
Em 2018, houve a formatura das turmas Sateré-Mawé (33 alunos) e Munduruku (45 alunos).
Projeto Pedagógico
A construção do Projeto Pedagógico do curso foi feito durante a implementação da primeira turma e, segundo Santos (2018), o “Projeto Pedagógico do curso de Licenciatura Formação de Professores Indígenas foi aprovado por meio da Resolução nº 08/2013, CEG/Consepe, de 26 de fevereiro de 2013 e foi regulamentado pela Resolução nº 09/2013-CEG/Consepe, de 26 de fevereiro de 2013”. Este projeto foi revisado para dar conta de novas turmas a serem criadas e, segundo Santos (2018) a “ampliação motivou um “processo de protagonismo compartilhado, tendo como principais sujeitos os próprios professores e lideranças indígenas, representadas por suas organizações e os professores da Ufam [...]”
Assim, o curso de Formação de Professores Indígenas apresenta Projeto Político Pedagógico específico e diferenciado, baseado em princípios basilares da Educação Escolar Indígena como a Especificada, a Diferenciação, a Interculturalidade, o Bilinguismo e o Comunitarismo. Estes princípios se desdobram em disciplinas, conteúdos e metodologias específicas que são regulamentadas no Brasil, principalmente, pela Resolução 01/2015.
Duração do curso
De acordo com o Projeto Pedagógico, a duração do curso é de 5 anos, o que é interpretado como o tempo regular. O sistema da Ufam registra um tempo mínimo de 8 períodos e máximos de 14 períodos para a conclusão do curso.
Objetivos do curso
Geral
Formar, em nível superior, numa perspectiva intercultural e interdisciplinar, professores indígenas para atuar na 2ª etapa do ensino fundamental e no ensino médio, nas escolas indígenas, com habilitação plena nas áreas de Ciências Humanas e Sociais; Ciências Exatas e Biológicas; Letras e Artes.
Específicos
1)Contribuir para o avanço do projeto político-pedagógico das escolas indígenas;
2) Oferecer condições para que as escolas indígenas, através do trabalho educativo integrado dos professores e comunidades, possam promover o acesso aos saberes científicos historicamente construídos pela humanidade, bem como a valorização do patrimônio territorial, cultural e ambiental indígena, propiciando um diálogo intercultural, a partir de suas lógicas e valores;
3) Possibilitar aos professores indígenas um processo de formação que contribua para a construção de condições de promover em sala de aula o processo educativo que, fundamentado na cultura e forma de pensamento própria de cada povo, possa estar orientado para a melhoria das condições de vida, através da apropriação crítica de bens culturais e recursos tecnológicos advindos de outras sociedades;
4) Promover ações que permitam a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão.
Etnias atendidas
O curso tenta atender os diversos Territórios Etnoeducacionais do Amazonas e, consequentemente, às diversas etnias do estado. O processo de início de um curso considera as demandas apresentadas pelas comunidades indígenas do estado ou dos municípios e visa atender, prioritariamente (mas não exclusivamente), os egressos do Programa de Formação de Professores Indígenas do Amazonas – Pirayawara (ofertado pela SEDUC – AM) . Até o presente momento, o curso atendeu as seguintes etnias:
Turma |
Etnia |
Mura |
Mura |
Munduruku |
Munduruku |
Maués |
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Sateré-Maué |
Maués |
Médio Solimões |
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Miranha |
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Tikuna |
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Kambeba |
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Apurinã |
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Mura |
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|
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Rio Negro |
Desano |
Tukano |
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Werekena |
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Baré |
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Tuyuka |
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Baniwa |
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Kubeo |
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Arapaso |
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Barasano |
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Lábrea |
Banawá |
Jarawara |
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Paumari |
|
Apurinã |
|
Manicoré |
Mura |
Torá |
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Parintintins |
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Alto Solimões |
Tikuna |
Kokáma |
Número de alunos formados
Turma |
Formados |
Mura |
53 |
Sateré-Maué |
33 |
Munduruku |
45 |
Total |
131 |
Seleção para o curso
De acordo com a Portaria 617/2014, que reconheceu o curso, a oferta é de 60 vagas anuais. No entanto, como o curso funciona com financiamento externo do MEC, são abertas 60 novas vagas a depender da disponibilidade orçamentária. Observa-se ainda que, embora sempre haja a oferta de 60 vagas, em nenhum caso houve o preenchimento de todas as vagas ofertadas.
Sobre a prova
Na proposta vigente, o curso não considera a língua no momento do ingresso e não apresenta a possibilidade de os alunos realizarem provas em sua língua. Durante o desenvolvimento do curso, a proposta considera os contextos sociolinguísticos dos diferentes povos e tem como um de seus objetivos apoiar a vitalização ou a revitalização das línguas e dos conhecimentos a elas relacionados. No currículo comum a todas as áreas, há 2 disciplinas voltadas às línguas indígenas: Línguas Indígenas na Amazônia e Introdução à Língua Indígena.
Coordenações e Chefias
Jonise Nunes Santos - Coordenadora
Michelle Carneiro Serrão - Vice-Coordenadora:
Helenice Aparecida Ricardo - Chefe de departamento
Ana Carolina Ferreira Alves - Subchefe de departamento
Informações por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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